Cult edição 299 a cumprir espantos e vertigem, meu olhar capturado para a bela capa de impacto indiscutível, óleo sobre tela, “Seios Fartos” obra de Fefa Lins.
A artista ilustra com suas obras essa edição, imprimindo força e ressonância aos textos.
Essa edição revisita o tema da transexualidade, dossiê da edição de fevereiro, reunindo textos de importância indiscutível e adubando reflexões sobre questões urgentes que acabam por adormecer na passividade das consciências sociais.
Renan Quinalha em “Políticas e Direitos trans no século 21”, ressalta em uma escrita urgente as tentativas conservadoras em retroceder políticas e leis já conquistadas, a necessidade agudamente disfarçada em nós, de como sociedade, vigiarmos e reagirmos, sempre atentos a elas.
Seu texto transcende nesta frase: “O gênero é um horizonte em aberto na construção de suas identidades.”
Sofia Favero e Pedro Ambra, dois textos de forte reflexão dando, ao tema, um corpo vital, nervo exposto na consciência do nosso tempo.
“Vidas Trans.” O que dizer de tais depoimentos, vozes que clamam escuta e dialética aos nossos ouvidos. É a Cult em uma metafísica conversa que nos inquieta e atiça.
Destaco “Revisão de História”, texto imperdível de Luís Costas.
Educada nos bancos escolares dos anos 1950, sei, na carne e na experiência como foi cultivado e aprimorado o nosso racismo e sedimentada a cultura eurocêntrica que, ainda hoje, é o modelo a ser alcançado. A Cult com suas abordagens e discussões, faz-se professor importante na construção da minha autocrítica e na reeducação de meu espírito ansioso por novos horizontes e saberes.
Ao fim, cito “O Homem Branco” de Márcia Tiburi. Uma escrita preciosa a que voltarei ainda, leitura renovada, dada a importância e aprofundamento de conceito.
Mais Cult, sempre Cult.
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