Minha vida é um monólogo que venho recitando para um teatro vazio.
Ficção, pois que, nada daquilo que penso ser eu, é verdade ou o que possa ser a verdade numa humana existência.
Protagonista vaidosa e cheia de soberba para um texto sem coadjuvantes.
Minha voz ecoa no vazio cavo de um teatro renascentista, só meu próprio ser risível aplaude representa, aplaude e representa, aplaude e representa.
E, já agora, anunciam-me que o teatro está em ruínas e o texto datado.
E eu sou um fantasma solitário e esquizofrênico a ouvir inexistentes aplausos.
Estanca, como sangue seco, toda a ilusão.
Antes anseio que venha, finalmente, a grande vaia
Texto e ilustração de Regina Amorim
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